SÉRIE: A LUTA PELA PUREZA - CONTRA A PORNOGRAFIA, A MASTURBAÇÃO E O SEXO ILÍCITO (PARTE 1)
Falar de pureza no contexto atual é um divisor de águas, diante dos tamanhos desafios e dificuldades sobrevindos contra ela. A nomeação da série “a luta pela pureza” já denota a atitude que precisamos ter para a existência de uma vida imaculada: luta! Como o apóstolo Pedro diz: “Amados, exorto-vos, como a peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma” (I Pe 2:11, grifo meu).
Todas estamos numa guerra, que é invisível aos olhos, porém mais real do que eles alcançam, às vezes sentida de longe, porém tão próxima e envolvente de nosso ser, cujos desafios envolvem a eternidade, cuja durabilidade é enquanto houver vida nesse mundo, e cuja recompensa é o céu, porém, mais do que isso, o próprio Senhor do céu!
Nossa série contém assuntos que guerreiam contra a pureza sexual. Já vimos os pecados sexuais da mente, a lascívia e a luxúria, como também já vimos o pecado da sensualidade fora do contexto do casamento, que, por conseguinte, gera erotismo inadequado e, no presente texto, analisaremos um pouco sobre os temas: Pornografia, Masturbação e Sexo ilícito. Espero contribuir para a edificação das amadas irmãs, trazendo um maior conhecimento, revestimento e estímulo, nessa comum luta pela pureza.
Pornografia
A pornografia é uma das mais eficazes ferramentas que o adversário usa para destruir vidas. Ela é ampla, porque vai além da nudez explícita e da interação sexual humana por meio de qualquer recurso midiático; porém, como Voddie Baucham¹ afirma, estamos tão inundados de pornografia que, como resultado, nos tornamos insensíveis a ela.
Se voltarmos algumas décadas, perceberemos mais claramente a presente realidade devastadora que nos rodeia quanto a esse respeito. Lembro que toda vez que estou assistindo televisão com minha avó e ela vê qualquer mulher sensual, aponta imediatamente, pois é algo que não existia no tempo dela, e ela reclama acerca da vulgaridade, que as vezes nem eu percebo, mesmo diante da minha vista.
O que antigamente só se podia encontrar em uma banca de revista, se encontra hoje à amostra em diversos lugares, não sendo necessário muitas vezes nem sair de casa, pois com apenas dois ou três cliques no mouse, se consegue todo um aparato pornográfico a seu bel-prazer.
A indústria pornográfica é uma das que mais crescem no mundo e cerca de 12% dos sites existentes na internet são pornograficos. O número de acessos se mostra avassalador, pois 25% das pesquisas feitas na internet envolvem conteúdo sexual, ou seja, uma em cada quatro pesquisas, sendo estas em sua grande maioria realizadas por jovens. Nos últimos anos o número de mulheres que acessam pornografia também têm aumentado, e notícias alarmantes do G1² informam que as mulheres brasileiras, em comparação com as mulheres de outros países, são as que possuem um maior percentual dentre os acessos pornográficos, totalizando um número de 35% de acessos no país, sendo os outros 65% representados pelos homens.
Conhecer essa realidade me deixou em estado de choque, principalmente quando pude perceber que pornografia também é um problema de mulheres, e que nesses dados estatísticos, cristãos e cristãs também possuem o seu percentual! O avanço feminista contribuiu para o aumento da busca do prazer feminino por meios midiáticos, pois as mulheres ao o buscarem reivindicam que os homens não são os únicos que podem desfrutar do sexo. E essa busca das mulheres fez com que a indústria pornográfica se preocupasse em estudar o comportamento feminino, a fim de produzir uma pornografia que as atraia. Tim Challies³ observa que:
“Um recente artigo na CNBC explica que a pornografia tradicional foi criada por homens, para homens. Esta pornografia tende a afastar qualquer coisa além do mais rudimentar enredo em favor da mais barulhenta exibição de fantasias extremas. É pura carnalidade e as mulheres tendem a não achar isso especialmente sedutor [...] Em contraste com a pornografia tão predominante hoje, essa nova pornografia tem uma estória, um enredo [...] Ela se concentra em questões que possam repercutir entre as mulheres: apaixonar-se pela primeira vez, ou a fuga de um casamento que perdera seu brilho. É essencialmente comédia romântica, uma leve novela romântica, mas com o conteúdo sexual aumentado tanto em tempo quanto na explicitude.”
Diferentemente dos homens, que possuem uma inclinação visual, as mulheres são movidas pela intimidade, pelos sentimentos envolvidos, e ao verem pornografia, focam em si mesmas e em suas próprias sexualidades. Essa diferença fez com que os pornógrafos se preocupassem em estudar sobre elas. Que como mulheres cristãs, sejamos sensatas em rejeitar essa nova pornografia, atentando para as consequências devassadoras que ela traz.
A pornografia “presenteou” a humanidade a ver as pessoas como coisas e não como pessoas. Os homens que a consomem passam a ver as mulheres como meios de sua própria satisfação, como meros objetos sexuais, e inclusive, existem dados que comprovam que a violência sexual contra as mulheres aumentou com a progressão da pornografia, assim como a pedofilia, o adultério, o número de divórcios, dentre várias outras coisas. Portanto, a dignidade concedida por Deus às pessoas, que são criadas à Sua imagem e semelhança, é perdida com a despersonificação que a pornografia faz delas, ao exibir nudez e imoralidade sexual.
Além disso, a pornografia faz com que o sexo seja deturpado, afastando-o do padrão divino, e a mente do indivíduo é corrompida, tendo assim sua pureza e integridade maculadas. Ela também faz alusão a fantasias sexuais que muitas vezes estão distante da realidade, criando com isso insatisfação no casamento, baixo autoestima por parte das mulheres que não conseguem ser como as atrizes pornôs, e por fim, resulta na própria depreciação do sexo. Ela também gera nas pessoas culpa, autodesprezo, remorso, podendo chegar até numa depressão, e por ser um pecado secreto, a pessoa viciada sofre muitas vezes sozinha, se martirizando por não conseguir se libertar do vício.
Uma pessoa viciada em pornografia sente sempre a necessidade constante e progressiva dela. A liberdade que pensava ter se transforma em cadeias invisíveis a tornando cativa, e a satisfação que tanto procurava se torna num vazio interior, pois é isso que o pecado faz, promete satisfação, mas nos deixa mais vazios do que estávamos antes. (Se você quiser saber como a pornografia atua no cérebro humano, veja o seguinte artigo: voltemosaoevangelho.com/blog/2015/07/pornografia-o-novo-narcotico)
Com todas estas informações, pretendo despertá-la para tomar a atitude adequada quanto à pornografia: fugir! Não podemos brincar com o fogo, por conseguinte, não podemos brincar com aquilo que põe em risco a nossa pureza, precisamos fugir de tudo o que nos corrompe, e esse é o conselho do nosso Deus em sua preciosa Palavra:
“Foge também dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que com o coração puro, invocam o Senhor.” (II Tm 2:22)
Todavia, se alguma de vocês ao ler este texto se sentir acusada em sua consciência por se encontrar sob o vício da pornografia, não se oprima, querida irmã. Há liberdade em Jesus Cristo. Somente Ele é a verdade que liberta, e essa verdade está revelada a você. Creia que o sangue de Cristo tem poder suficiente para te tornar limpa, e te tornar livre, porque afinal, Ele sofreu por todos os pecados dos redimidos, inclusive os pecados sexuais. Ele levou toda a penalidade deles sobre si, de forma que podemos ser perdoadas e aceitas, segundo a misericórdia do Santo Deus.
Fujamos da imoralidade sexual (I Co 6:18). Se nos sentirmos derrotadas em nossa luta contra a luxúria, que deixemos que essa sensação de derrota nos impulsione cada vez mais para os braços do nosso forte Salvador, nos levando a apoiarmos somente Nele a nossa força e ajuda. Dependemos da Sua graça para vencermos o pecado, e não há vitória do pecado sem uma perseguição contínua por Cristo. Encerro com essa citação de John Piper5:
“Devemos [...] afirmar o que a Bíblia afirma: Contemplando a glória do Senhor estamos sendo transformados (2 Coríntios 3.18). Claro que ver nudez muda o cérebro. Mas por que deveríamos pensar que ver a glória de Deus exerceria uma mudança menor? Se trilhas neurológicas pervertem nossas afeições e nosso comportamento, não cometa o enorme engano de acreditar que a santificação pode marcar caminhos com menos eficácia.”
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¹http://www.desiringgod.org/articles/how-to-fight-addiction-in-a-pornographic-culture
²http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2015/08/mulheres-brasileiras-sao-as-que-mais-veem-pornografia-diz-pesquisa.html
³http://voltemosaoevangelho.com/blog/2013/02/tim-challies-cinquenta-tons-de-pornografia/
4http://purezaepiedade.blogspot.com.br/2015/09/reconquistando-seu-cerebro-de-volta-da.html
Por: Thayse Fernandes
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